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Região habitada desde tempos muito remotos. Esta antiga freguesia era curato da apresentação dos fregueses, no termo de C. Branco. Orago – Santa Margarida. Até finais do séc. XV, inicio dos século XVI estava dependente da freguesia de Escalos de Cima. Em 1757 tinha 45 fogos. Em 1960 – 1132 habitantes e 365 fogos.

Toponímia: Designação ligada ao povoamento florestal da área.
Festas e Romarias: S. Pedro (2º feira de Páscoa); Santa Margarida (2º Domingo de Agosto) e S. Sebastião (3º Domingo de Setembro)
Gastronomia: Sarrabulho ou laburdo, arroz de tripas, enchido, cabrito no forno, borrachões, bolos de azeite, broas de mel, bolos de ovos e cavacas
Património Cultural: Igreja Matriz, Capela de S. Pedro e cruzeiro
Doçaria: Filhós Fritas, Biscoitos de Azeite, Broas de Mel, Bicas, etc.

Usos e costumes:

O cobrão
O cobrão é o nome que o povo dá a uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento de pequenas vesículas que surgem, segundo a crença, devido à circunstância das roupas interiores, quando se encontram a secar, terem estado em contacto com qualquer bicho peçonhento: cobra, osga, lagarto ou lagartixa, bichos esses que nelas deixaram, como se diz em Cebolais de Cima, o seu rastejo. É o veneno contido nesse rasto que, em contacto com a pele, desencadeia a doença.

Para curar o doente repetia-se esta fórmula:

Eu te rezo cobrão,
Com palha de alho
E gume de navalha
E gume de malho,
Para que não cresças,
Não enverdeças
Não ajuntes o rabo com a cabeça

A curandeira reza em seguida um padre-nosso e uma Avé-Maria, oferece as orações a S. Silvestre, acrescentando: "em louvou de S. Silvestre/para que este cobrão seque".
Depois reza outro Padre nosso e outra Avé-Maria e oferece-os em "louvor das pessoas divinas da Santíssima Trindade, que se elas quiserem, pode curar este cobrão para que este corpo viva em liberdade".
Reza-se por fim outro Padre-Nosso e outra Avé-Maria e oferece-os em "louvor das chagas de Cristo Nosso Senhor", dizendo: "Jesus Cristo, cura este cobrão tem curado, como se curaram as tuas cinco chagas em Belém. Fico por conta de Deus. Amén."
Todo este formulário se repete durante três dias e mata-se o cobrão também por três vezes batendo com um malho num pau.
Neste fórmula as últimas palavras" não ajuntes o rabo com a cabeça" evidenciam o tumor da crença que a pessoa morrerá se o cobrão fechar um anel em volta da parte do corpo atingida pelo mal. O gesto enfeitiçante ou de possessão para desligar a pessoa da doença é aqui feito pelo bater três vezes com um malho num pau. A eficácia dos ritos verbais depende da sua repetitividade. Nesta fórmula, o número de vezes que as palavras devem ser repetidas, bem como o gesto enfeitiçante para que a sua eficácia se manifeste é de três – número de perfeição segundo alguns autores, símbolo sexual para Freud, número ligado às três pessoas da Santíssima Trindade, para outros autores.