Logo
Facebook
Siga-nos no facebook

A ocupação efectiva desta região não deve ser anterior ao séc. XVI. existem sinais de origem romana e moçarabe, mas não coincidem com a superfície de ocupação actual. As provas reais vêm depois de 1550 – 20 habitantes. No séc. XVII reuniu em si todos os casais dispersos, constituindo povoação única. Até 1849 fez parte da paróquia e freguesia de Santa Maria. A 30 de Junho de 1881 foi esta paróquia desanexada da freguesia de Cebolais. Grande desenvolvimento a partir de 1920 com a indústria de Lanifícios.

Toponímia: Rotaxo – Retaxo
Festas e Romarias: Nossa Senhora de Belém (padroeira do Retaxo – Domingo que se segue a 15 de Agosto); Nossa Senhora da Guia (Domingo que se segue a 8 de Setembro);
Gastronomia: tijeladas, sopa de Massa (Casamentos), cabrito assado e maranhos.

 

 

Doçaria: Tigelada, Broas de Mel Biscoitos de Azeite, etc.
Artesanato: Mantas
Património Cultural: Capela de Nª Senhora da Guia

USOS E COSTUMES

COBRÃO
O cobrão é o nome que o povo dá a uma doença de pele caracterizada pelo aparecimento de pequenas vesículas que surgem, segundo a crença, devido à circunstância das roupas interiores, quando se encontram a secar, terem estado em contacto com qualquer bicho peçonhento: cobra, osga, lagarto ou lagartixa, bichos esses que nelas deixaram, como se diz em Cebolais de Cima, o seu rastejo. É o veneno contido nesse rasto que, em contacto com a pele, desencadeia a doença.

Para curar o doente repetia-se esta fórmula:

"Ouros passei;
Este cobrão cortei;
Ouros hei-de passar
Este cobrão hei-de cortar: a cabeça e o coração."

Em seguida queima-se palha-de-alho e a cinza obtida mistura-se com o vinagre. Com uma pena de galinha, fazendo uma cruz, aplica-se esta mistura sobre a parte doente por três, cinco, ou sete vezes. Depois de cada uma das aplicações, corta-se um bocadinho a um pau fazendo um círculo à volta da parte doente, mas não a tocando.

ERISIPELA

Doença de pele também constituída por pequenas bolhas que dão à parte atacada uma coloração avermelhada.

1ª Versão

Donde vindes, S. Julião?
Venho de Roma.
Que dizem por lá ?
Que há por lá muita zipla e ziplã má.
Volta atrás S. Julião, vai curar essa gente. Com raminhos de facho novo. Palavras minhas, da Virgem Maria e de Santa Isabel.

Reza-se em cruz três vezes.

2ª Versão

A Nossa Senhora ia para ao monte,
O Nosso Senhor vinha de lá,
O Nosso Senhor perguntou-lhe:
- Que notícia há por lá?
Nossa senhora lhe disse:
- Muita zipla e ziplã má.
- Então volta para trás
E esse mal atalharás
Com farinha de trigo, azeite e corda de espacho.

Molha-se a corda de espacho no azeite, passa-se pela parte infectada e passa-se farinha por cima.
Nestas duas versões, embora o processo de aplicação do azeite seja igual) uma corda de esparto – "facho" e "espacho"), o curador mítico, é, na primeira versão, S. Julião e, na Segunda versão, Nossa Senhora.
Numa das versões existe um gesto enfeitiçante: a aplicação em cruz. Os três é, em ambas as versões, o número repetitivo eficaz.
Na versão 1 há um outro pormenor a salientar: as últimas palavras com que a curandeira termina a fórmula: "palavras minhas, de Nossa Senhora e de Santa Isabel". Estas palavras são uma demonstração evidente de que os ritos podem ser encarados como modo de comunicação entre os homens e o sobrenatural.